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Linhas de Pesquisa

O Programa de Pós-graduação em Ecologia e Evolução apresenta as seguintes linhas de pesquisa (2021-2024):

 

  • Macroecologia e Ecologia de Comunidades - Essa linha de pesquisa tem como objetivo descrever e estudar os mecanismos dos padrões ecológicos e evolutivos em grandes escalas espaciais, temporais e taxonômicas. Estudos macroecológicos costumam utilizar informação compilada de grandes bancos de dados, com a maior abrangência possível, para ajustar modelos e testar hipóteses ecológicas e evolutivas, em abrangência continental ou global, ao longo do quaternário tardio. Estudos macroecológicos costumam utilizar os mais modernos recursos computacionais disponíveis, seja pela necessidade de lidar com enorme volume de dados (e.g. milhões de registros de ocorrência de espécies, milhares de localidades distribuídas ao longo do globo), e para isso o PPG Ecologia e Evolução possui uma poderosa cluster de  computadores, disponível para discentes, docentes e pós-docs. As principais perguntas científicas abordadas nessa linha de pesquisa são: (i) quais são os fatores ecológicos e evolutivos que determinam a distribuição das espécies, e o respectivo padrão de biodiversidade, no tempo e no espaço? (ii) como a interação entre evolução de caracteres funcionais, especiação, extinção e dispersão influenciaram aos padrões macroecológicos contemporâneos? (iii) como os processos tectônicos e as oscilações paleo-climáticas afetaram a distribuição da vida no planeta? (iv) como as diferentes lacunas de conhecimento em biodiversidade ("shortfalls") criam incertezas em relação aos padrões macroecológicos e macroevolutivos. Por fim, os principais fenômenos ecológicos e evolutivos estudados nessa linha de pesquisa são: (i) a variação espacial e temporal da diversidade alfa e beta, diversidade filogenética e funcional, (ii) a estrutura filogenética das características de espécies, tais como tamanho de corpo e nicho ecológico, (iii) a variação taxas de especiação e extinção ao longo do tempo e espaço. Dada a proximidade conceitual e metodológica entre macroecologia e Ecologia de Comunidades/Metacomunidades, especialmente no contexto de análises geográficas e comparativas, a partir de 2021 essa linha passou a incorporar os projetos avaliando padrões e processos mais gerais em termos de biodiversidade, bem como aqueles envolvendo a analise da estrutura e dinâmica de comunidades e ecossistemas, em particular padrões comparativos de interações ecológicas. Docentes: Joaquin Hortal, Fabricio Villalobos, José Alexandre Diniz-Filho, Levi Carina Terribile, Luis Maurício Bini, Marcus Cianciaruso, Mario Almeida-Neto, Matheus Ribeiro, Rafael D. Loyola, Thiago F. Rangel.

     

  • Limnologia - Os estudos nessa linha de pesquisa utilizam ecossistemas aquáticos continentais como modelos para descrição de padrões e teste de teorias ecológicas gerais. Diferentes tipos de ecossistemas aquáticos (lóticos e lênticos) são avaliados nesses estudos, incluindo aqueles criados por atividades humanas (reservatórios hidrelétricos, de abastecimento humano, irrigação ou dessedentação animal). Em geral, diferentes bacias hidrográficas brasileiras são estudadas, mas há um foco em bacias e regiões do bioma Cerrado (especialmente a planície de inundação do rio Araguaia). Estudos em grandes escalas espaciais e de limnologia comparada também são realizados com o contraste de padrões de biodiversidade de ambientes tropicais e temperados (particularmente, por causa da interação entre os professores do PPG e cientistas finlandeses). Diferentes grupos biológicos, em geral, delimitados de acordo com o uso do habitat (fitoplâncton, zooplâncton, bentos e peixes) são investigados nessa linha de pesquisa. As abordagens de estudo empregadas também são diversas, tais como, estudos observacionais, experimentais e de modelagem, além de estudos de meta-análise. Recentemente (2018), com a criação do INCT em Ecologia Evolução Conservação da Biodiversidade (UFG), experimentos estão sendo utilizados com maior frequência (e.g. para estudar como a dispersão afeta a estrutura das comunidades, os efeitos de mudanças climáticas e indicadores precoces do processo de eutrofização). Em geral, os seguintes conceitos e temas são investigados nessa linha de pesquisa: determinantes da variação (espacial e temporal) da biodiversidade (diversidade alfa, beta e gama), metacomunidades, bioindicadores e impacto do uso do solo e de outras atividades antrópicas (e.g., eutrofização e regulação hidrológica) sobre comunidades aquáticas. Docentes: Luis Maurício Bini, Adriano S. Melo, João Carlos Nabout, Fabricio Teresa, Jascielle Bortolini, Priscilla de Carvalho, Renato Bolson Dala Corte.

     

  • Ecologia Molecular e Evolução - Essa linha busca utilizar os métodos da genética e da filogenia molecular para testar hipóteses em ecologia e evolução, em diferentes níveis hierárquicos, indo desde aspectos relativos à estrutura genética populacional em diferentes escalas (indivíduos, locais, paisagens e demes) até padrões em escalas filogeográficos envolvendo diferenças em nível regional em espécies ou complexos de espécies próximas. Um ponto de destaque atual nessa linha de ecologia molecular é a integração entre as abordagens moleculares para avaliar diferenciação genética entre indivíduos em escala de paisagem, com forte integração com as áreas de sensoriamento remoto, modelagem de nicho, e análise ambiental (também com fortes implicações para conservação), bem como novos avanços na análise de DNA ambiental (e-DNA). O PELD no municio de Silvania é uma exemplo dessas aplicações em escala regional, associando analises moleculares com técnicas de ecologia da paisagem e analise de e-DNA para avaliar efeitos de fragmentação e dispersão. Outros projetos com foco em e-DNA estão sendo iniciados, envolvendo sistemas aquáticos e terrestres, no contexto do GT de Genética e Genômica do INCT EECBio. Outras áreas de atuação nessa linha envolvem ainda análises comparativas baseadas em análises filogenéticas e biogeográficas(usualmente feitas a partir de dados moleculares), que incluem modelos de diversificação e de evolução fenotípica, avaliação de processos de adaptação e seleção natural explicando diferenciação em nível populacional e estruturação filogenética/funcional de comunidades a partir de filogenias moleculares. Docentes: José Alexandre Diniz Filho, Thiago Rangel, Natan Maciel, Thannya N. Soares, Mariana Pires de Campos Telles e Rosane G. Colevatti.

     

  • Biodiversidade, Conservação e Serviços Ecossistêmicos - Os trabalhos nessa linha de pesquisa, anteriormente denominada "Biodiversidade e Biologia da Conservação", procuram descrever os principais padrões de biodiversidade e testar hipóteses sobre mecanismos ecológicos e evolutivos relacionados à organização de populações e comunidades em escalas geográficas menores, especialmente no contexto de mudanças antrópicas. A mudança no nome da linha se justifica, inclusive, pelo número crescente de projetos envolvendo a questão dos serviços ecossistêmicos. Assim, os trabalhos nessa linha possuem uma aplicação imediata mais clara em termos de conservação da biodiversidade, principalmente ao fornecer subsídios para programas de conservação em um contexto regional e/ou nacional. Por questões operacionais, espera-se que muitos dos projetos nessa linha, incluindo-se um dos PELDs associados ao PPG, possuam uma forte inserção regional e envolvem o bioma Cerrado como sistema-modelo de estudo. Em um contexto mais explícito de conservação da biodiversidade, essa linha inclui os projetos mais teóricos/metodológicos em termos de novas estratégias para otimizar programas de conservação, incluindo definição de listas vermelhas e planejamento sistemático e espacial. Mais importante, aplicações mais imediatas desses aspectos teóricos e metodológicos implicam em um conhecimento sobre políticas públicas e interações com órgãos governamentais e ONGs, de modo que essa linha de pesquisa abre espaço para tais ações. Docentes: Daniel Brito, Fausto Nomura, Joaquin Hortal, Marcus Cianciaruso, Mário Almeida Neto, Paulo De Marco Jr., Luisa Carvalheiro, Rafael D. Loyola, Rogério Bastos.